terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ninguém faz idéia


Meu quarto, antes tão vazio com tanto eco, hoje está cheio de sentimento.

Minha antiga rua que antes tinha tanta arvore, hoje só resta uma.

Meus antigos amigos, antes tão legais, hoje se mostram tão banais.

A cidade tão pequena, antes tão calma, hoje é só carro, calor e fumaça.

Quem começou a faculdade comigo.

Quem era apenas estudante e amigo, hoje é quase-profissional-arrogante.

Quem estava apenas a beira de um romance, hoje é manicaca.

Quem era desconhecido, hoje é amigo.

Ninguém faz idéia de quem vem lá.

O que seremos amanhã.

Do que pretendemos sobreviver.

O que nos fará felizes.

Não faço idéia, mas já tenho um breve Briefing.

Peneirar o melhor.

Jogar fora o pior.

Ninguém faz idéia se vai dar certo.

Vou vivendo o oficio de ser uma.

Com tantas outras.

Como tanto outros.

Assisto a vida através de uma janela, debruço meu corpo a espreita do tempo.

Bebo de tudo, raciocínio o essencial, esqueço da lei e crio minha própria.

Um passo de cada vez.

E ninguém faz idéia do quanto me transformei plena com tanta lucidez.